Mal estar após hemodiálise: entenda por que ele ocorre

Nefrostar • Postado em: 27/12/2023

Mal estar após hemodiálise: entenda por que ele ocorre

Desidratação, alterações no fluxo sanguíneo e mudanças no equilíbrio eletrolítico são alguns dos motivos.

A hemodiálise é um tratamento para pacientes com insuficiência renal crônica que remove o excesso de água e sais do sangue. É comum que os pacientes sintam mal-estar após o processo devido a uma série de fatores.

Neste artigo vamos abordar as causas do mal estar após a hemodiálise, como ela funciona, e ainda falaremos sobre a hemodiafiltração (HDF), um método de diálise mais eficaz na limpeza do sangue e com menos efeitos colaterais a curto e longo prazo.

Como funciona a hemodiálise

A hemodiálise é um tratamento para pacientes com insuficiência renal crônica, que tem como objetivo remover o excesso de água e sais do sangue. O procedimento é realizado através de uma máquina de diálise, que funciona como um rim artificial.

O procedimento começa com a inserção de um cateter ou acesso vascular no corpo do paciente, geralmente na virilha, no braço ou no pescoço. O cateter é usado para retirar o sangue do paciente e levá-lo à máquina de diálise. O sangue é então filtrado através de uma membrana de diálise, que remove as substâncias indesejadas, como ureia, creatinina e outros resíduos tóxicos.

Ao mesmo tempo, uma solução de diálise é adicionada à máquina e flui através da membrana, na direção oposta ao fluxo sanguíneo. A solução de diálise ajuda a remover os resíduos tóxicos e o excesso de líquidos do sangue.

Depois de passar pela máquina de diálise, o sangue é devolvido ao corpo do paciente através do cateter ou acesso vascular. O procedimento geralmente dura de 3 a 4 horas, e é realizado em média 3 vezes por semana.

É importante que o paciente discuta o tratamento com o médico nefrologista para que possa ser feito o acompanhamento adequado e possíveis ajustes no tratamento.

Causas do mal estar após hemodiálise

Agora vamos abordar algumas das possíveis causas de mal estar após hemodiálise, que podem acontecer quando os pacientes são submetidos ao modelo tradicional de diálise, a HD convencional. Esse tipo de sensação, no entanto, não é comum em pacientes que fazem tratamento com a hemodiafiltração, que causa bem menos reação e sensação de mal estar após hemodiálise.

1. Desidratação

A desidratação é uma complicação comum de mal estar após hemodiálise, pois o procedimento remove líquidos do corpo. A desidratação pode causar uma série de sintomas, incluindo sede, boca seca, pele seca, olhos fundos, urina escura, tontura, fraqueza e fadiga. Esses sintomas podem ser leves ou graves, dependendo da quantidade de líquidos perdidos e do tempo de desidratação.

É importante que os pacientes com doença renal crônica: sejam orientados sobre a importância de ingerir líquidos adequadamente antes e após a hemodiálise para evitar a desidratação e outros problemas relacionados. O médico responsável pode dar orientações específicas sobre a quantidade de líquidos que o paciente deve ingerir antes e após o tratamento, dependendo da sua condição e dos seus sinais vitais.

Além disso, é importante que o paciente informe ao médico sobre qualquer sintoma relacionado à desidratação ou outra complicação, para que possa ser feito o acompanhamento adequado.

2. Alterações no equilíbrio eletrolítico

Durante a hemodiálise, ocorre a remoção de eletrólitos do sangue, como o sódio, potássio e cálcio, que podem desequilibrar e gerar desconforto no paciente.

O potássio é um eletrólito importante que é frequentemente afetado durante a hemodiálise. O potássio é necessário para a contração muscular e a função cardíaca normal. Níveis elevados de potássio no sangue (hiperpotassemia) podem causar arritmias cardíacas, que podem ser perigosas. Por outro lado, níveis baixos de potássio (hipopotassemia) podem causar fraqueza muscular, cãibras e outros sintomas.

O sódio é outro eletrólito importante que pode ser afetado durante a sessão e gerar um mal estar após hemodiálise. O sódio é responsável por manter o equilíbrio de líquidos no corpo e a pressão arterial normal. Níveis elevados de sódio no sangue (hipernatremia) podem causar desidratação, pressão arterial elevada e outros problemas. Por outro lado, níveis baixos de sódio (hiponatremia) podem causar confusão e fraqueza.

O cálcio também pode ser afetado durante o tratamento. Ele é necessário para ossos saudáveis e função muscular adequada. Níveis baixos de cálcio (hipocalcemia) podem causar espasmos musculares, fraqueza e outros sintomas.

Para manter o equilíbrio eletrolítico, é importante que os pacientes discutam com seus médicos sobre a monitorização dos níveis de eletrólitos no sangue, além de seguir as orientações sobre a dieta e a ingestão de líquidos antes e após o tratamento.

3. Mudanças no fluxo sanguíneo

Um dos efeitos colaterais comuns da hemodiálise é a hipotensão arterial, que é uma queda na pressão arterial durante ou logo após o tratamento. Isso pode ocorrer devido ao fluxo sanguíneo reduzido ou devido ao grande volume de líquido que é removido do corpo. A hipotensão arterial pode causar tontura, fraqueza e náusea.

Outro efeito colateral comum é a hipóxia, que é a falta de oxigenação do sangue. Isso pode ocorrer devido a uma diminuição no fluxo sanguíneo para os órgãos vitais, como o cérebro e o coração. A hipóxia pode causar fraqueza, sonolência, confusão, entre outros sintomas.

4. Estresse e desestabilidade emocional

A hemodiálise é um tratamento crônico que pode causar estresse físico e psicológico nos pacientes. O tratamento é geralmente realizado três vezes por semana, cada sessão dura cerca de 4 a 5 horas, o que pode ser cansativo e limitar a capacidade dos pacientes de realizar atividades cotidianas.

Além disso, a hemodiálise pode causar dor e desconforto no local de inserção do cateter ou fístula, o que pode ser doloroso e limitar a mobilidade.

O tratamento também pode causar estresse psicológico devido a preocupações com a saúde, medo de complicações, medo de depender da diálise, sentimentos de incapacidade e mudanças significativas na qualidade de vida. Os pacientes também podem se sentir isolados devido a limitações físicas e restrições dietéticas.

É essencial que o paciente renal discuta esses problemas com seus médicos e enfermeiros, e que o devido apoio psicológico seja prestado de maneira multidisciplinar. Os pacientes também podem se beneficiar de grupos de apoio, onde podem compartilhar suas experiências e obter suporte emocional de outros indivíduos que passam pelo mesmo tratamento.

5. Outros efeitos colaterais do tratamento

Os efeitos colaterais da hemodiálise variam de acordo com o indivíduo e a frequência do tratamento. Eles podem incluir dor e inchaço no local da inserção do cateter ou acesso vascular, fadiga, alterações no equilíbrio eletrolítico, reações alérgicas, hematomas no local da inserção do cateter ou acesso vascular e dificuldade para dormir.

É fundamental que os pacientes discutam quaisquer efeitos colaterais com o médico responsável, para que possam ser tomadas medidas para minimizá-los e garantir o melhor resultado possível do tratamento.

Sobre a hemodiafiltração (HDF) como alternativa à hemodiálise

A hemodiafiltração (HDF) é uma técnica de diálise renal que é semelhante à hemodiálise, mas tem algumas diferenças significativas. Ambos os métodos usam um filtro artificial para remover os produtos tóxicos e o excesso de líquido do sangue de um paciente com insuficiência renal crônica.

Entretanto, a HDF é mais nova e pode resultar em menor mal estar após a hemodiálise. Essa técnica utiliza o método de convecção para fazer uma limpeza mais profunda do sangue, eliminando moléculas maiores que continuariam no corpo do paciente no caso do tratamento por hemodiálise.

Os ganhos em qualidade de vida são significativos e já comprovados cientificamente, tanto a curto prazo na menor incidência de efeitos colaterais, quanto a longo prazo na maior sobrevida desses pacientes.

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